terça-feira, 6 de maio de 2008

Os punhais




não, não digam q fui ingênua, q fui crédula...

é q tanto a danação rondou meus calcanhares, tanto senti o seu bafo quente e podre arruinando meu dia ensolarado, q acabei por fraquejar...

não foi uma ou duas, foram precisamente três, as punhaladas q recebi... primeiro, acreditei q era engano, q aquilo tudo era minha paranóia ativada pelo cinza do inverno... q os sorrisos eram verdadeiros e francos... boba, muitas vezes boba! depois, a ferida mal se fechando, a pelezinha fina querendo ganhar cor...

a segunda foi útil, abriu-me mais um pouco os olhos, semi-cerrados pela fumaça dos escapamentos... trouxe alívios ao ser dissecada e o formol usado para conservá-la tinha leve sabor de absinto...

já a terceira... deusas, perdoem minha revolta! depois de espalhar minhas entranhas na mesa de oferenda, depois de esvaziar todas as taças do mais amargo campari, de beber as salivas q me foram forçadas boca-a-baixo... descubro q vãs foram minhas delícias, inúteis meus esgares e, pior, todo desejo e paixão foram varridos como lixo inevitável...

cala-se, enfim, a voz q antes ostentava orgulhos, q dizia q sim, sim, sim...

resta a decepção e a fria lâmina dos punhais, q só o sangue morno e denso pode aquecer...

Um comentário:

Adri disse...

punhaladas doem tanto... eu sei, eu sei!