sábado, 2 de fevereiro de 2008

A Arte de Perder

A melhor tradução, por Paulo Henriques Britto: “A arte de perder não é nenhum mistério; Tantas coisas contêm em si o acidente De perdê-las, que perder não é nada sério. Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero, A chave perdida, a hora gasta bestamente. A arte de perder não é nenhum mistério. Depois perca mais rápido, com mais critério: Lugares, nomes, a escala subseqüente Da viagem não feita. Nada disso é sério. Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero Lembrar a perda de três casas excelentes. A arte de perder não é nenhum mistério. Perdi duas cidades lindas. E um império Que era meu, dois rios, e mais um continente. Tenho saudade deles. Mas não é nada sério. – Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada. Pois é evidente que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (Escreve!) muito sério. “

Elizabeth Bishop



"One Art

The art of losing isn't hard to master;

so many things seem filled with the intent

to be lost that their loss is no disaster,


Lose something every day. Accept the fluster

of lost door keys, the hour badly spent.

The art of losing isn't hard to master.


Then practice losing farther, losing faster:

places, and names, and where it was you meant

to travel. None of these will bring disaster.


I lost my mother's watch. And look! my last, or

next-to-last, of three beloved houses went.

The art of losing isn't hard to master.


I lost two cities, lovely ones. And, vaster,

some realms I owned, two rivers, a continent.

I miss them, but it wasn't a disaster.


-- Even losing you (the joking voice, a gesture

I love) I shan't have lied. It's evident

the art of losing's not too hard to master

though it may look like (Write it!) a disaster."